O Brasil registrou uma média de 196 casos diários de violência física contra crianças e adolescentes ao longo de 2023, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No recorte estadual, o Rio de Janeiro se destaca com 7.634 notificações, ficando em terceiro lugar no país.
Os dados são oriundos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e revelam que a violência afeta todas as faixas etárias. De acordo com a SBP, 80% das agressões a crianças de até 14 anos ocorrem dentro de suas próprias casas, reforçando a gravidade da violência intrafamiliar.
Entre os estados com mais registros de violência física contra crianças e adolescentes, São Paulo lidera, com 17.278 casos. Minas Gerais aparece na sequência, com 8.598 notificações, seguido pelo Rio de Janeiro, que contabilizou 7.634 agressões ao longo de 2023.
A SBP aponta que a maior concentração de casos no Sudeste está relacionada tanto à alta densidade populacional quanto ao funcionamento mais eficaz dos sistemas de saúde e denúncia.
No Brasil, adolescentes entre 15 e 19 anos foram os mais atingidos, totalizando 35.851 notificações. Crianças de 5 a 9 anos também aparecem com destaque, com 8.370 casos registrados. Já entre os bebês com menos de 1 ano, foram mais de 3 mil notificações ao longo do ano.
No contexto fluminense, o elevado número de notificações indica uma maior capacidade de denúncia, mas a SBP alerta para a existência de subnotificação, uma realidade que pode ocultar a verdadeira dimensão do problema.
Campanha de sensibilização
Durante o 41º Congresso Brasileiro de Pediatria, realizado entre 22 e 26 de outubro em Florianópolis (SC), a SBP anunciou o lançamento de uma nova campanha de conscientização. O objetivo é fortalecer a prevenção e incentivar a identificação precoce de sinais de violência nos serviços de saúde.
A campanha busca mobilizar toda a rede de atendimento – incluindo escolas e comunidades – para garantir que crianças e adolescentes vulneráveis recebam os cuidados necessários e que casos de violência sejam identificados e interrompidos o mais cedo possível.
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