O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (23), dados preliminares inéditos do Censo Demográfico de 2022 sobre a população com deficiência e com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O levantamento mostra um cenário que exige atenção e políticas públicas eficazes: o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência (PCDs) e 2,4 milhões de brasileiros diagnosticados com autismo.
Os números impressionam: as pessoas com deficiência representam 7,3% da população nacional com dois anos ou mais. Entre elas, as mulheres são maioria — 8,3 milhões, contra 6,1 milhões de homens. A Região Sudeste concentra o maior número absoluto de PCDs, com quase 5,7 milhões, seguida pelo Nordeste (4,6 milhões), Sul (1,9 milhão), Norte (1,2 milhão) e Centro-Oeste (1 milhão).
Contudo, em termos proporcionais, o Nordeste lidera, com 8,6% da sua população composta por pessoas com deficiência. Todos os nove estados nordestinos ultrapassam a média nacional, com destaque para Alagoas (9,6%), Piauí (9,3%), Ceará e Pernambuco (ambos com 8,9%).
No recorte por raça ou cor, a maioria dos PCDs se autodeclara parda (6,4 milhões) ou branca (6,1 milhões). Pessoas pretas somam 1,8 milhão, indígenas 78 mil e amarelas 55 mil. O estudo também confirma que a deficiência tende a crescer com o envelhecimento, como esperado, devido ao aumento das limitações funcionais com a idade.
Já em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), 2,4 milhões de brasileiros relataram ter recebido diagnóstico por profissionais de saúde, o que representa 1,2% da população total. Este é o primeiro censo com dados oficiais sobre o autismo, graças à Lei nº 13.861/2019, que garantiu a inclusão da pergunta sobre TEA na pesquisa do IBGE.
A revelação desses dados é um marco histórico na luta por visibilidade e direitos da população com deficiência e autista no Brasil. Com eles, é possível planejar políticas públicas mais justas, acessíveis e inclusivas.
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